Trovas

23-07-2016 14:56

Exercício de criação de trovas, com as seguintes palavras propostas: criança, jardim, memória, encontros, história.

1

Rodopia no centro do tablado

com passos marcados na magia da dança

um espetáculo para ser sentido

nos brilhantes olhos da bela criança.

 

2

O mundo gira no compasso frenético

e no cotidiano da história

o observador desatento não registra

experiências da encapsulada  memória.

 

3

A trepadeira florida

se enrosca  se enrola e se perde

no verticalizado  jardim:

inconfundível o  perfume de  alecrim.

 

4

Melhor idade e tantos outros adjetivos

assim a mídia define a velhice.

A vida pulsa em qualquer tempo

qualquer significação é tolice...

 

5

No nosso cantinho de mundo

o sonho no inconsciente sobrevive

os encontros furtivos e inocentes

reaparecem  num  doce deslize.

 

6

Naquele jardim da infância

meu primeiro amor floresceu,

por causa da loira menina

quem sofreu demais fui eu.

 

7

Guardo ainda na memória

aquele dia  fatídico e sombrio

quando o choro contido no peito

transbordou as  águas do rio.

 

8

Os encontros doces e fagueiros

meu amor relembra  agora

essa viagem no tempo sem tempo

machuca-me e mi’ alma chora.

 

8

Com os olhos na história vivida

e o aprendizado que me trouxe a velhice

desvencilhei-me de quinquilharias

porque acumular é sandice.

 

9

Pátria amada, dividida e subtraída,

que no  caos a história  não  registra,  

seu povo hospitaleiro e crédulo

guarda na memória a  desdita.

 

10

A criança que fui um dia,

busco no jardim da memória.

Hoje, nos encontros com o tempo,

recordo e conto minha história.     

 

Não sei o que é Olimpíada

 Corro com o foguete na mão

Não sou atleta, sou da lida

Hoje festejo São João

 

11

Correndo vejo todo mundo

Ninguém responde porquê

O fogo na mão do Raimundo

Que não sabe o que fazê!

 

12

Se não existe a tal  verba

Pra que tanta festança?

O povo sofrido enxerga

Só na corda bamba  dança

 

13

A ponte caiu não faz mal

É só pedir e o dinheiro vem

Tudo acaba bem no final

O povo que ande de trem

 

14

Festa no lindo sítio da Celi

Vamos nos divertir como  quê

Tem guloseimas e licor de pequi

Não precisamos da Lei Rouanet

 

15

A experiência nos ensina

Que inevitável é envelhecer.

Ser feliz é a nossa sina,

Cabe a nós saber viver.