Exercício "O Cão Achado!

25-07-2013 20:45

Cipriano Algor e Valéria são casados há 20 anos. Ele é um homem bonito e atraente. Tem porte atlético, não porque frequenta academias, mas pelo trabalho duro na olaria da qual é sócio com seu pai e um irmão. Com 46 anos de idade, os cabelos levemente grisalhos o deixam ainda mais charmoso. Cipriano está sempre de bom humor, assobiando e cantando. Quando passa com sua furgoneta para ir às compras no bairro, cumprimenta todos e sempre tem uma palavra de otimismo a quem precisa.

Valéria sai diariamente às 7h. dirige por 50 km. até chegar à cidade mais populosa da região, onde é proprietária de uma boutique.

Quando se casaram, já ficou combinado que cada um continuaria em sua profissão, mesmo porque Valéria não se acostumaria com o trabalho doméstico. Este respeito em relação a profissão um do outro contribui bastante na felicidade da família. A beleza, simpatia e elegância de Valéria, são atributos dignos de uma proprietária de boutique. 

Marta a filha do casal tem 1,75m de altura, corpo escultural, olhos verdes herdados da mãe, cabelos louros ondulados cortados logo abaixo dos ombros. Nos últimos tempos estudou muito, sempre sentada na mesma cadeira na cozinha, prestou vestibular para medicina e aguarda resultado das provas.

Há mais ou menos 2 meses, Cipriano estava tomando lanche no bairro e apareceu um cão demonstrando  estar perdido e com fome. Cipriano com seu bom coração dividiu seu lanche com o cão, que já percebeu que ali poderia estar seu protetor. Cipriano acariciou o cão conversou com o dono da lanchonete, foi em mais duas lojas fazer compras e o cão o acompanhava de longe com o olhar sempre atento.

Quando Cipriano saiu com a furgoneta, viu pelo espelho retrovisor que o cão o acompanhava. Ficou com pena, parou o veículo abriu a porta do passageiro e deu ordens para o cão voltar para sua casa, quando num impulso repentino o mesmo pulou no banco do passageiro. Algor mais uma vez se rendeu àqueles olhos que pediam um dono. Aqui nascia uma grande amizade.

Quando chegaram em casa, Marta perguntou:

- Papai, o que é isto?

 - O Cão Achado!

 - Como achado, não seria perdido?

 - Não, Achado.

Assim ficou registrado o Cão Achado. Achado tem porte médio para grande, pelo curto branco e cinza, sem raça definida, muita agilidade e por ser bastante jovem está sempre atento a tudo o que acontece. Quando Algor pega a chave da furgoneta, Achado fica ao lado do veículo pois geralmente  o leva para passear, deixando-o extasiado de felicidade. Achado não gosta de ficar sozinho em casa, e quando isto acontece, ele supõe em sua ansiedade de cão que seu dono pode não voltar.

Neste dia, Algor vai sair sozinho e apenas o seu tom de voz ao dizer, deste vez ficas, é suficiente para o cão entender.

Mas o que seriam aqueles desenhos e propostas que Marta levava até o veículo? Eram a planta e demais documentos da nova casa, que seria construída na parte alta da cidade. Uma casa toda avarandada com vista para o vale, era o sonho de Algor e Valéria.

Cipriano partiu. Marta entrou em casa e sentou-se na mesma cadeira onde tinha estudado nos últimos dias. Após alguns instantes, Achado também se dirigiu à cozinha, onde encontrou-a com os olhos marejados de lágrimas e não podia imaginar em sua experiência canina, que Marta e seu pai ao lerem o jornal da manhã, não encontraram seu nome na lista de aprovados, porém ainda restava alguma esperança  para este ano, pois ela ficara na lista de espera e faltava o resultado de mais uma Universidade.

Achado ao pousar a cabeça junto a Marta e lamber-lhe as mãos em sinal de carinho, acaba de ganhar mais uma grande amizade e Marta pode ter certeza desta fidelidade canina.