Cora Coralina e Helena Morley

25-03-2014 00:00

Cora e Helena

 
Iniciamos as aulas no dia 10 de março de 2014, estudando, inciialmente, a vida e obra da grande poetisa goiana cora Coralina. 
Rever a trajetória da poeta, mulher, mãe, doceira é enriquecedor. Rica de talentos, sem uma completa cultura acadêmica, especial e única, tendo sua genialidade aflorada num cenário de cidade pacata de Goiás. Com alma, calma e doçura, expõe no papel o seu dom - transcrição literal de um coração preenchido de beleza bucólica, da vida pacata e simples, onde tudo era dificuldade, submissão, onde criança não tinha vez e nem voz - começando a escrever com 14 anos, na adolescência.
Poderíamos ficar meses degsutando a sua genialidade, mas temos outros talentos a estudar. Eu resolvi, na tarefa, fazer uma comparação entre Cora e uma escritora de um único livro, um diário que foi publicado com o título "Minha vida de menina". Foi escrito por uma mineira de Diamantina, entre a idade de 12 e 15 anos, Seu nome: Helena Morley. 
Notei que ambas tinham coisas em comum: começaram a escrever precocemente; foram contemporâneas e provincianas. Ambas usaram pesudônimo. Ambas se casaram e tveram seis filhos. 
O nome de batismo de Cora  - Ana Lins dos Guimarães Bretas. De Helena Morley - Alice Dayrell Caldeira Brant.  Ambas se tornaram escritoras clássicas  de uma época. Foram premiadas e seus escritos traduzidos para vários idiomas. 
Helena Morley começou a escrever o seu diário incentivada pelo pai. Descendente de ingleses, minerador, ele notava na menina magra, sardenta, rebelede e determinada, um olhar independente sobre a província, nos fins do Século XIX. Aconselhou a flha, dividida entre adoslescência e puberdade, a extravasar sua inquietude escrevendo diariamente num caderno, observações sobre o mundo à sua volta.
Ela seguiu o conselho do pai, e anotava os comentários da vida da cidade e da região, com seus costumes arraigados, relações sociais e contradições. Sua linguagem era franca e saborosa, plena de humor e calor humano.
À época, a província não tinha luz elétrica, telefone, água encanada, nem padaria. Quando Helena estudava na Escola Normal, seu professor de Português exigia das alunas uma redação quase diária, ela achava mais fácil escrever sobre o cotidiano de sua família numerosa. Encheu muitos e muitos cadernos, entre 1893 e 1895.
Formou-se professora, caspu-se, e, ao reler seus cadernos, resolveu ordená-los para a família, principalmente as netas. Surgiu, então, a ideia de um livro que mostrasse às meninas de vida abastada a diferença entre a vida atual e a vida simples que levara naquela época. O livro fou publicado em 1962, tornou-se um sucesso, chegando à 11a edição. Foi traduzido para cinco idiomas. Helena Morley faleceu no Rio de Janeiro, em 1976, com noventa anos. Quinze anos antes do falecimento de Cora Coralina.
 

Apreciação sobre as duas escritoras

 
Sem intenção artística, os escritos de Helena Morley trnaram-se clássicos, com ênfase no lirismo cotidiano. Semelhante à sua obra, podemos citar "O Diário de Anne Frank" e "As aventuras de Tom Saywer". 
Cora e Helena viviam num círculo limitado, sociedade patriarcal, com rara liberdade de pensamento, apenas o universo individual, no seu território humano, Sem artifícios complicados, mas com clareza e simplicidade prdopuseram sua literatura.  É interessante analisar que tantos os escritos de Cora Coralina quanto os de Helena Morley abrangem vieses da psicologia ( personificação do universo social, o eu íntimo) da sociologia (ambientes, costumes, modos de viver das pessoas) e filosofia (questionamentos. Ambas foram premiadas e traduzidas em vários idiomas.